A Celebração Eucarística foi realizada na frente da capela dedicada a São Gonçalo.
O
peso dos anos passados, desde o trágico acidente ocorrido na Barragem Algodões,
no Município de Cocal (Norte do Piauí), é sentido em cada olhar, em cada gesto,
na fala dos que perderam seus entes queridos. Até a natureza silencia
solidária, em respeito ao sentimento experimentado pelos presentes que não
foram colhidos pelo turbilhão líquido que arrastou o que encontrou pela frente,
em fúria, sem dó.
A
dor que atingiu as entranhas de muitos pais e mães que perderam seus filhos é
expressa em cada palavra da mãe que desabafa: “O corpo da minha filha nunca foi
encontrado.” Um lamento que parece que nunca terá fim, mesclado a uma tênue esperança
de um dia, ainda, poder abraçar o fruto do seu ventre levado de forma abrupta. Palavras
ditas de tal forma que emocionam quem as ouve, quem as escuta. Não dá para
ficar alheio a tanto sofrimento.
Era
noite, dessa segunda-feira (27), quando moradores do Cocal celebraram Missa,
presidida por Padre Antônio Araújo (pároco), na companhia do vigário Padre Cícero
e pessoas integrantes de várias comunidades da região, em memória aos dez anos
do arrombamento da barragem da localidade Franco.
A
Palavra, disse Padre Antônio, aponta à Esperança e exorta os ouvintes para a
prática de mudanças que promovam a vida, a justiça, um mundo novo.
Estavam
presentes na celebração, o viceprefeito Nonatinho da Birindibinha, os vereadores
Zé Luís e Chico do Nêgo, o prefeito de Cocal dos Alves, Osmar Vieira, demais autoridades do município e familiares e amigos das vitimas.
Por
Evaldo Neres