Catuaba, ostras,
chocolates, amendoins e pimenta. Se você pensou nesses alimentos, acertou! Eles
são afrodisíacos e podem ajudar a estimular uma prática sexual mais prazerosa,
mas não são a solução se a sua libido estiver sempre em baixa.
Alessandra Gayoso,
nutricionista do Hapvida Saúde explica quais fatores influenciam no prazer
sexual de homens e mulheres. Confira:
O que é a libido?
É o desejo sexual,
tanto para homens quanto para mulheres.
Estresses do dia a
dia, preocupações no trabalho, problemas nos relacionamentos, etc. influenciam
a libido?
Podem Influenciar
sim. O estresse cotidiano é um fator muito importante nessa oscilação do desejo
sexual, pois ele aumenta o cortisol (hormônio esteróide) a ponto de limitar a
produção de hormônios que auxiliam na libido. A falta de diálogo nas relações
também é um dos motivos. Pessoas que passam por experiências estressantes
diariamente e também usam medicamentos para depressão, ansiedade e outros
transtornos psicológicos, por exemplo, tendem a ter o apetite sexual
inibido. É como se o cérebro tivesse tão entretido pensando em tanta coisa ao
mesmo, que não permite um momento pra pensar em outra coisa, muito menos em
libido. Os pensamentos desnecessários do dia a dia ocupam um espaço, que não
deixam o cérebro se liberar para os prazeres.
Quais fatores
hormonais levam a pessoa a ter uma libido mais baixa?
A variação da libido
é mais comum entre mulheres. As disfunções hormonais e o uso de
anticoncepcionais, por exemplo, são fatores hormonais que influenciam o desejo
sexual.
Quais são os
alimentos mais indicados para auxiliar na liberação dos hormônios para o prazer
sexual?
Os ricos em
triptofano como a banana, o abacate, oleaginosas a exemplo de castanhas e
nozes, queijo, frango e ovos.
Existe uma crença
popular que diz que catuaba, amendoim e ostras, por exemplo, são afrodisíacos,
mas uma alimentação mais saudável influencia no aumento da libido? E, do
contrário, quais hábitos alimentares prejudicam a vida sexual das pessoas?
Uma alimentação
completa, bem equilibrada e regular é o afrodisíaco ideal. Não adianta comer
amendoim achando que vai auxiliar na potência sexual se a alimentação do dia a
dia não ajuda o organismo a metabolizar bem qualquer tipo de alimento, muito
menos esse mais específico.
E comer alimentos ultra
processados com freqüência atrapalha, sim, a vida sexual, pois o corpo se torna
menos ativo, mais cansado, o sono fica prejudicado e os hormônios responsáveis
pela sensação de prazer sexual ficam em segundo plano.
Esse impacto negativo
pode acontecer a curto ou médio prazo? Por exemplo, um jovem pode passar por
isso porque se alimenta muito mal ou não se cuida?
No homem jovem, a
incidência de casos de falta de libido é muito menor, pois a produção hormonal
nessa fase da vida é muito grande e, por isso, o impacto negativo da má
alimentação na vida sexual pode ser considerado de médio prazo – cerca de seis
meses. Ao contrário das mulheres, que tem uma relação mais psicológica e
sensitiva com o sexo, e, dessa forma, o efeito de uma vida não saudável acaba
sendo em curto prazo – um ou dois meses.
Hidratação é algo que
influencia?
O corpo precisa estar
hidratado para manter todas as funções fisiológicas em dia. Ou seja, beber água
é fundamental para uma vida sexual mais ativa.
A prática sexual
ajuda na perda de peso?
Primeiramente, é
preciso entender o que é perda de peso: comer menos calorias do que se gasta.
Por isso, é muito relativo afirmar que o sexo funciona como uma atividade
física, pois cada corpo reage de uma forma e também depende da intensidade da
prática sexual, se é moderada ou energética. Mas, sim, pode ajudar a perder
umas boas calorias.
Doenças crônicas,
como diabetes e hipertensão, interferem na libido?
Interferem na
qualidade de vida de uma forma geral. Se a gente diz que a diabetes tem
influência em outras doenças, como trombose ou patologias renais, e, muitas
vezes, precisa ter um tratamento com insulina, há um desequilíbrio hormonal que
mexe no corpo como um todo. Por isso, elas podem influenciar na vontade e no
desejo sexual por motivos do corpo não estar em plenas condições. A não ser que
seja uma diabete controlada, com medicação e alimentação corretas, aí a libido
pode estar normalizada.
Muito se fala na maca
peruana, principalmente entre mulheres. Realmente funciona? Se sim, o uso
precisa ser indicado por um profissional de saúde?
Esse tratamento é
fitoterápico. É extraído de um alimento, um tubérculo, que é normalmente
consumido em pó na comida. Ainda não há comprovação científica de que ajude na
recuperação da libido, pois só existem testes em animais. Há uma ideia de que
aumenta a testosterona – que é o principal hormônio sexual masculino, mas que
as mulheres também têm, só que em baixíssima incidência -, porém essa
informação é infundada. O que podemos dizer é que a maca peruana auxilia, de
certa forma, no alívio de sensações e alguns sintomas tão incômodos da
menopausa. Essa doença, por si só, já causa a perda da libido e a maca pode até
ajudar, mas é exceção à regra.
Fonte: AI
Comunicações