Desde o início da pandemia, muitas crianças e adolescentes precisaram ficar em casa. As atividades de lazer foram adaptadas e a nova rotina das aulas trouxe mudanças à saúde física de algumas delas. O pediatra do Sistema Hapvida, Marcelo Dunningham Rodrigues afirma que também houve modificações na saúde mental.
Do ponto de vista
físico, as crianças permanecem menos doentes porque ficaram sem contato social.
Vírus e bactérias que circulam comumente entre elas deixaram de ser propagados.
Mas no aspecto mental o isolamento não é benéfico, afirma Dunningham.
A jornalista e
advogada, Zaira Amorim, mãe da Heloisa de 2 anos, percebeu como foram difíceis
as alterações de rotina da filha exatamente em um período em que ela
começava várias descobertas. “Foi um ano bem desafiador pra todo
mundo, não só pros adultos, mas também para as crianças que sentiram muita
falta. Quando a pandemia começou Helo tinha um ano e cinco meses em pleno o
desenvolvimento, começando a falar e a interagir. As poucas vezes que saímos
ela dá bom dia a todo mundo que ela encontra desde o elevador”, conta.
O médico lembra que as crianças e adolescentes voltarão ao convívio social e novos desafios precisarão ser enfrentados. Ainda, segundo ele, muitas crianças por não terem feito atividades físicas podem ter aumentado o peso. Isso por descarregarem suas tensões na alimentação. “A recuperação de todos os aspectos positivos da saúde deste público será um grande desafio para o próximo ano'', afirma o especialista.
*Paciência e
criatividade nas atividades ajudam as crianças*
Pais, professores,
médicos e psicólogos precisarão dar uma atenção especial também à saúde
emocional delas. O ano de 2021 pode ser desafiador para nossos pequenos. Todos
terão que trabalhar para tentar amenizar essa perda que elas tiveram neste
tempo de isolamento, finaliza o médico.
Por conta dos
cuidados e do isolamento que a família continua a fazer os passeios ficaram
restritos. Zaira conta que percebe como a pequena sente falta de interagir com
outras pessoas. Segundo Zaira, que tem vários profissionais da saúde na
família, eles sempre alertam que as crianças podem ter muitas viroses durante
um ano. “A Helo adoeceu apenas duas vezes”, acrescenta.
Para 2021 a mãe
conta que ainda não se sente segura para enviá-la a escola neste primeiro
semestre, mas defende que neste momento é preciso ter muita paciência e
procurar meios de minimizar a pressão. No caso da Helo, uma das saídas
foi a prática da natação no prédio onde a família mora, mas os passeios
continuam muito restritos. “A gente se esforça muito para tentar fazer
brincadeiras diferentes e sempre interagir para que ela não fique muito
entediada”, finaliza.