Nesta terça-feira (20), a Prefeitura de Cocal (Norte do
Piauí) está oferecendo atendimentos a pacientes com hanseníase, que são acompanhados
pela Secretaria Municipal de Saúde (SMS), na Unidade Básica de Saúde (UBS) do
bairro São Francisco.
A hanseníase, antigamente conhecida como lepra, é causada por
infecção com a bactéria Mycobacterium leprae. Ela afeta principalmente a pele,
os olhos, o nariz e os nervos periféricos.
Da esquerda Iara Veras/coordenadora de Vigilância Epidemiolóca; Dra. Cirene Serpa e Dr. Jonas Brandão. |
A médica Dra. Cirene Serpa explica que os sintomas mais comuns da
hanseníase incluem: manchas na pele, podendo ser brancas, avermelhadas,
acastanhadas ou amarronzadas, com regiões cutâneas com sensibilidade térmica
alterada (ao calor e ao frio), dolorosas
e táteis (ao toque); Comprometimento dos nervos periféricos, geralmente
com aumento da espessura, relacionado a mudanças na sensibilidade, motricidade
e função autonômica; Locais com redução de pelos e suor; Sensação de formigamento
e fisgadas, sobretudo nas extremidades das mãos e dos pés; Falta ou diminuição
da sensibilidade e força muscular na face, mãos e/ou pés; Presença de nódulos
na pele, ocasionando, em alguns casos, dor e vermelhidão. “Essa doença é
curável. Mas, infelizmente, ela ainda é endêmica no Brasil. Ela atinge muitas
pessoas. A bactéria causadora desse mal é combatida com medicamentos. Você não
precisa ficar com medo quando você tiver algum sintoma. A pessoa, ao sentir os sintomas iniciais,
deve procuras o serviço de saúde, pois, a doença pode ser trada mais
facilmente, antes que ela possa atingir todo o organismo”.
De acordo com Ministério da Saúde (MP), a propagação dessa
enfermidade ocorre no momento em que um indivíduo portador de lepra, na sua
forma infecciosa, sem tratamento, libera o bacilo para o ambiente, contaminando
outras pessoas mais susceptíveis, ou seja, com maior chance de contrair a
doença. A principal forma de disseminação do bacilo pelo paciente é através das
vias respiratórias superiores (por meio de espirros, tosse ou conversa), e não
através de objetos compartilhados. Além disso, o contágio requer um contato
próximo e prolongado. Pacientes com uma baixa quantidade de bacilos -
designados como paucibacilares (PB) - não são considerados fontes
significativas de transmissão da doença, devido à sua baixa carga bacteriana.
A hanseníase não é transmitida por meio de abraços,
compartilhamento de utensílios, roupas de cama ou outros objetos. A transmissão
ocorre principalmente através de pessoas multibacilares (MB), que são
portadoras de uma grande quantidade de bacilos e permanecem contagiosas até o
início do tratamento específico. A doença tem um longo período de incubação, ou
seja, o intervalo de tempo entre a infecção e o surgimento dos sintomas, que
geralmente varia de dois a sete anos, podendo ser menor ou maior em alguns
casos. O Brasil é o segundo país no mundo em número de novos casos de
hanseníase registrados.