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Foto: Ascom/Semarh |
A escassez de água em riachos e barreiros impactou diretamente a produção agrícola em 13 cidades do Piauí. Os agricultores das localidades de Sigefredo Pacheco, São Miguel do Tapuio, Piripiri, Nossa Senhora dos Remédios, Luís Correia, Cajueiro da Praia, Canto do Buriti, Nazaré do Piauí, Itaueira, São Raimundo Nonato e Ribeira do Piauí relataram perdas consideráveis na primeira colheita e um crescimento das plantações inferior ao esperado para a época, devido à irregularidade das precipitações.
De acordo com a meteorologista Sara Cardoso, o fenômeno denominado "seca verde" afetou as primeiras colheitas de milho, mandioca e feijão desses agricultores de pequena escala.
Ela explica que “a seca verde é um fenômeno em que a vegetação fica esverdeada, mas a produção, aqueles grãos que são manipulados, aquela cultura que a gente vai mexer no solo, não se desenvolve. Então, a primeira característica é a perda dessa produção, que já foi constatada pelos observadores de secas, que são pequenos produtores e perderam as primeiras safras de milho, mandioca e feijão.”
Embora tenham ocorrido muitos eventos extremos no estado, incluindo chuvas torrenciais, isso não foi suficiente para assegurar o crescimento apropriado das plantações e a inundação dos riachos.
"Você pode se perguntar por que alguns municípios tiveram, em janeiro, precipitações acima da média." Houve uma grande quantidade de ocorrências de eventos extremos, que foram incluídas na soma total do mês. No entanto, a chuva regular é essencial para o desenvolvimento do solo e para que os riachos se encham de água. Eventos severos ocorriam, mas depois se passavam dez dias sem precipitação. "Isso não favorece a agricultura", complementou a meteorologista.
Nos dias iniciais de fevereiro de 2025, especialistas da Secretaria de Meio Ambiente e Recursos Hídricos do Piauí (Semarh), em colaboração com a Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA), conduziram uma extensa ação de manutenção da rede pluviométrica do estado.
A iniciativa abrangeu quase 2.000 quilômetros, divididos em duas rotas, abrangendo 13 cidades do Piauí. A rota inicial passou por Sigefredo Pacheco, São Miguel do Tapuio, Piripiri, Nossa Senhora dos Remédios, Luís Correia, Caraúbas e Cajueiro da Praia. Em contrapartida, a segunda região incluiu Canto do Buriti, Nazaré do Piauí, Itaueira, São Raimundo Nonato e Ribeira do Piauí.
A equipe da Sala de Monitoramento e Previsão de Eventos Climáticos Extremos executou a manutenção dos pluviômetros convencionais em todos os locais, que são fundamentais para a obtenção de informações meteorológicas.
Adicionalmente, estão programadas visitas em mais quatro rotas, abrangendo as mesorregiões Centro Norte e Sudoeste do Piauí. Os especialistas também treinaram observadores locais, destacando a relevância de uma coleta de dados precisa para o Monitoramento de Secas no Piauí.
Igor Klaus, diretor do Departamento de Recursos Hídricos da Semarh, enfatizou a importância da exatidão dessas informações para o planejamento estratégico e a execução de políticas públicas efetivas no enfrentamento da estiagem e no suporte ao setor agrícola.
Desde 2014, o Piauí faz parte do Monitoramento de Secas do Brasil, possuindo 111 locais de coleta de dados, equipados com pluviômetros automáticos e manuais. A Semarh planeja ampliar essa rede para mais 10 cidades no primeiro semestre de 2025, com o objetivo de proporcionar um monitoramento hídrico estadual ainda mais completo e exato.
Fonte: Cidade Verde.